sábado, 21 de abril de 2012

Pedagogia da Autonomia

Convido o grupo para (finalmente) realizarmos a leitura do livro

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: Saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e terra, 1996.148p.

e fazermos algumas reflexões:


- Ensinar não é transmitir conhecimento, nem tampouco amoldar o educando num corpo indeciso e acomodado, mas criar as possibilidades para sua produção ou construção. Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender. 
 
- Ensinar não se esgota no tratamento do objeto ou do conteúdo, todavia se alonga à produção de condições em que aprender criticamente é possível, exigindo a presença de educadores e educandos criativos, investigadores e inquietos, rigorosamente curiosos, humildes e persistentes.

- Não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino. Cabe ao professor continuar pesquisando para que seu ensino seja propício ao debate e a novos questionamentos. A pesquisa se faz importante também, pois nela se cria o estímulo e o respeito à capacidade criadora do educando.

- A escola e os professores precisam respeitar os saberes dos educandos e, sempre que possível, trabalhar seu conhecimento empírico, sua experiência anterior.

- Quanto ao reconhecimento da identidade cultural, o respeito é absolutamente fundamental na prática educativa progressista. Um simples gesto do professor representa muito na vida de um aluno. O que pode ser considerado um gesto insignificante pode valer como força formadora para o desenvolvimento intelectual e acadêmico do educando.

- O professor precisa deixar transparecer aos educandos que a beleza de se estar no mundo é a capacidade de perceber que, intervindo no mundo, ele conhecerá e transformará o mundo.

- O professor que desrespeita a curiosidade do educando, seu gosto estético, sua linguagem; o professor que ironiza o aluno, que o minimiza em prol da ordem em sala de aula, transgride os princípios fundamentais éticos de nossa existência. Esta transgressão jamais poderá ser vista ou entendida como virtude, mas como ruptura com a decência.
 
- A ação político-pedagógica deve ser conduzida com alegria e esperança, respeito e conscientização.

- Sendo uma especificidade humana, o ato de educar exige segurança, competência profissional, comprometimento e generosidade.

- O professor que não leva a sério sua formação, que não estuda, nem se aprimora, não tem força moral para coordenar as atividades de sua classe. Todavia, há professores cientificamente preparados, mas autoritários e arrogantes, ou seja, a incompetência profissional desqualifica a autoridade do professor. A autoridade coerentemente democrática jamais minimiza a liberdade.

Karina Mello Bonilaure

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