quarta-feira, 27 de julho de 2011

Flexibilização do Tempo e do Espaço das Atividades Pedagógicas

Atividade da Semana Pedagógica - 26/07/2011

Grupo 02: Ellen, Gisele, Onivaldo e Oraildo.

A apresentação do tema foi feita a partir de dois textos: o primeiro texto apresentado foi Relações de poder na escola (Tragtenberg, 1985) e Tempo, espaço e conhecimento escolar – uma análise (Silveira, 2003).

No primeiro texto Tragtenberg (1985) faz uma reflexão crítica sobre o poder disciplinar existente na relação entre professores e alunos na escola, abordando a forma com o qual o conhecimento é transmitido, e questionando a organização da estrutura no espaço escolar. O autor coloca que essa relação de poder é marcada pela disciplina imposta na escola, onde o objetivo é a produção de alunos eficazes economicamente e submissos politicamente. Durante todo o tempo do aluno na escola ele é mantido sob vigilância e dependendo da sua conduta ele é punido, e o papel do professor é manter a obediência. Essa punição tem por objetivo marca-los como normais os aprovados e problemáticos os que reprovam ou não tem bom comportamento. Dessa forma, o professor se torna um instrumento de reprodução das desigualdades sociais quando julga o aluno mediante nota e decide seu destino no conselho de classe. Assim, essa estrutura escolar é questionada e colocada como antidemocrática. Tragberg (1985) conclui o texto falando da necessidade de desvincular o saber do poder no plano escolar, para que haja uma democratização entre professores, alunos e servidores formando uma comunidade real.

O segundo texto, Silveira (2003), trouxe uma análise do Ensino Fundamental em Escolas Públicas Brasileiras. O estudo evidenciou uma acentuada topologização do conhecimento escolar, considerando a escrita da lousa e dos textos em papel. A temporização e a espacialização dos conteúdos escolares funcionam como dispositivos de produtividade que situam o sujeito-aluno num dado percurso e falam de sua posição nele, onde o prazo torna-se um parâmetro importante para tal.

Ao final da exposição foi colocado aos participantes as seguintes questões:
1) Qual é o “tempo” das atividades pedagógicas?
2) Qual é o “espaço” das atividades pedagógicas?
3) A voz do professor enquanto discurso organizador e classificador das atividades pedagógicas é colocada em tom de crítica. Como poderia ser diferente?
4) O “prazo”, como registro temporal é importante para a organização do trabalho pedagógico?
5) Quais os recursos pedagógicos que têm sido utilizados nas atividades do Campus?
6)Qual seria a estrutura organizacional que a escola deveria ter para que haja uma maior democratização entre a professores e alunos e servidores no uso do espaço e tempo escolares?

Foi discutido pelo grupo o uso dos recursos em sala de aula, como o quadro e giz e os recursos de informática como recursos modernos e mais atrativos para os alunos. Foi colocado também sobre a importância dos alunos em escreverem o conteúdo do quadro, devido a necessidade de exercitar a escrita, o que não acontece quando apenas do uso de recursos audiovisuais. Houve um consenso de que o uso integrado de todos esses recursos é importante para promover o conhecimento dos alunos.
Foi levantada a importância de maior embasamento aos alunos para proporcionar condições de integração entre as disciplinas permitindo de forma real a interdisciplinaridade.

Ao final das discussões foi colocado que o espaço na escola dentro de uma visão interdisciplinar transcende as salas de aula. Esse trabalho já está sendo feito no IFPR no campus Ivaiporã, com um grande esforço por parte dos professores em trabalhar os conteúdos na forma de projetos, entretanto sem deixar ainda de apresentar os conteúdos em forma de disciplina, mas esses conteúdos sejam planejados em conjunto e convirjam todos a um objetivo, e que essa mudança está sendo feita de forma gradual e aconteça naturalmente para os alunos.

TRAGTENBERG, Maurício. Relações de poder na escola. Lua Nova [online]. 1985, vol.1, n.4, pp. 68-72.
SILVEIRA, Rosa Maria Hessel. Tempo, espaço e conhecimento escolar – uma análise. Revista Portuguesa de Educação [online]. 2003, vol.12, n.002, pp.177-196.

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