segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

1. Com base na leitura do texto, descreva o percurso conceitual e as reflexões que segundo ele fundamentam a opção de se pensar um currículo escolar globalizado?

No início da abordagem do autor Fernando Hernández (1998) sobre o assunto proposto “Um mapa para iniciar um percurso”, ele já deixa claro que o processo de aprendizagem segundo a pedagogia de projetos, é uma trajetória mutável, ou seja, não existem modelos, fórmulas, mas sim, ideias, temas, propostas que serão abordadas com alunos, professores e a comunidade, enfim, o processo de aprendizagem será fundamentado em diversas esferas, como a realidade do aluno, a realidade do professor, não apenas na base dos conteúdos escolares.
            Segundo o autor, para compreender um fenômeno, não podemos fazer isto a partir de uma só disciplina ou de único ponto de vista, mas também a partir dos conhecimentos e saberes que estão fora da Escola.
            No processo de reconstrução, algumas noções práticas utilizadas pelos professores são balizadoras, como a globalização, como perspectiva que trata de explorar as relações entre os problemas objeto de pesquisa em diferentes campos de conhecimento e a importância de saber interpretar como aprendem os alunos. Isto teve início nos anos 80, na Inglaterra, onde o professor trabalhava por meio de Temas, onde os alunos se sentissem envolvidos, aprendessem a pesquisar, para depois aprender a selecioná-las, ordená-las, interpretá-las e tornar público o processo seguido. Mas esta metodologia foi criticada por alguns especialistas universitários, que diziam, simplificava e tornava rotineiro o conhecimento escolar.
            Hernández et al. (1997) observaram que houve uma reconstrução retrospectiva que foi aprovada pelo professores, familiares, alunos e ex-alunos, que representou essa experiência de inovação.
            Quando o autor estabelece seu percurso conceitual e suas reflexões, ele se ancora nos seguintes princípios:
            1.         Mudanças socias
            2.        Mudanças na educação - construção de identidade de sujeitos históricos e cidadãos
            3.        Complexidade do conhecimento
            4.        Aprendizagem para a compreensão
            5.        Projetos de trabalho -

            Entretanto, a implantação de uma metodologia de projetos (temas) passa pela vinculação entre o conhecimento escolar e os saberes de fora da escola, a adoção da visão transdisciplinar e atitude globalizadora (educação para a compreensão) – iniciada na déc. De 80, a partir de pensadores e educadores como Stenhouse, Elliot, Kemis e Freire, bem como, Freinet, Dewey e Wallon. Neste sentido considera que: “ ....o todo é muito mais que a soma das partes na construção da realidade.”
            O autor busca a organização de nova proposta de currículo, voltado para a produção de um conhecimento significativo. Para isso, passa pelo conceito das disciplinas, na interpretação parcial da realidade (desde séc. Xvii), submetidas a contradições, rupturas e múltiplas revisões. Assim, considera que:
·          É preciso uma construção em que os indivíduos estabeleçam relações com as diferentes experiências culturais e conhecimentos.
·           Os currículos acadêmicos, fragmentados em disciplinas, não levam às respostas demandadas pelos jovens na escola.
·          Pode-se organizar um currículo por temas e problemas, e não por disciplinas.
O autor também comenta que:
“... A pressão por dominar e adaptar-se a um jargão, por parte dos professores, acaba substituindo sua dedicação à inovação do currículo e tornando-os dependentes dos que dominam esta linguagem”...
“Em qualquer campo do conhecimento, não se parte do zero, mas de algum “lugar”...
            Considera, entre outras coisas, que é preciso considerar os saberes e experiências prévias e processos, a relação entre o currículo escolar e os problemas reais de fora da escola, o papel do diálogo pedagógico, da pesquisa e da crítica como atitude de aprendizagem crítica, e a preparação docente para uma educação para a compreensão, numa atitude globalizadora.
            - Entre os caminhos que o autor define, está a indagação crítica (pesquisa-ação), ligada ao contexto social, a educação para a compreensão, cujo objeto de aprendizagem tenha relação com a vida de professores e alunos, a interpretação subjetiva que dê sentido à realidade, o rompimento com a abordagem psicológica do processo de aprendizagem e com a rigidez disciplinar e a organização de espaços de trabalho ao invés de aulas fechadas.
            Finalmente, estabelece que é preciso um ensino de como questionar, reconhecer, incorporar, introduzir e colocar-se, e a globalização na dimensão da complexidade, como forma de sabedoria, referência epistemológica e como concepção de currículo, para estabelecer a aprendizagem por projetos.
                       
Mateus Falleiros e Magali Floriano

Um comentário:

  1. Essa síntese está perfeita:

    1.Mudanças socias
    2.Mudanças na educação
    3.Complexidade do conhecimento
    4.Aprendizagem para a compreensão
    5.Projetos de trabalho

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